As cocadas
O conto as cocadas, publicado pela primeira vez em o tesouro da casa velha, um dos últimos trabalhos de cora coralina, ganha nesta edição as cores, os traços, as ilustrações tão sintonizadas com a infância do artista alê abreu. a narrativa em primeira pessoa, curta, direta e, ao mesmo tempo, detalhista no que é preciso – qualidades de quem conta mesmo um conto – envolve a criança, desafia sua curiosidade a cada linha, desperta o desejo de descobrir a resolução do conflito vivido pela personagem: eu devia ter nesse tempo dez anos. era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo. tinha ajudado a fazer aquela cocada. tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. o coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. minha prima me deu duas cocadas. duas cocadas só. de noite, sonhava com as cocadas. de dia as cocadas dançavam piruetas na minha frente.
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