O preto que falava iídiche
Nei lopes costura, em seu mais ambicioso romance, o encontro real de duas comunidades degredadas no rio da primeira metade do século xx, os negros e os judeus, ambos – e guardadas todas as diferenças – povos historicamente perseguidos e escravizados, e propõe uma saga realista e alegórica sobre uma das formações possíveis do povo brasileiro. a partir do relacionamento apaixonado, fortuito e proibido do preto inteligentíssimo nozinho, que falava até iídiche, com a bela e branca judia rachel, o romance enlaça as vivências e memórias de suas origens com as de outro grupo historicamente marcado pelo racismo, o das comunidades judaicas. e o faz, como sempre, associando leveza e humor a reflexões profundas sobre arte, religiosidade e costumes. da praça onze carioca ao east river nova-iorquino, passando pela bahia, porto alegre e a distante etiópia, o autor nos conduz por uma viagem fantástica.
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