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Livros Fernando Morais : 10 Melhores de Maio De 2024

Fernando Gomes de Morais é um jornalista, biógrafo, político e escritor brasileiro. Sua obra literária é constituída por biografias e reportagens. Fernando iniciou no jornalismo aos 15 anos. Em 1961, era então um office boy numa revista editada por um banco em Belo Horizonte, quando teve que cobrir a ausência do único jornalista da publicação numa entrevista coletiva. Aos 18 mudou-se para São Paulo e passou pelas redações de Veja, Jornal da Tarde, Folha de S. Paulo, TV Cultura e portal IG. Recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril. Conheça a seleção de nossos editores para os melhores Livros de Fernando Morais que não podem faltar na sua coleção;

Olga

Alemanha, 25 de março de 1922. olga benario completava catorze anos. judia, filha de um militante do partido social-democrata alemão e de uma dona de casa conservadora, a estudante ensaiava sua iniciação política frequentando a célula juvenil do partido comunista alemão, em munique. a milhares de quilômetros dali, no brasil, acontecia uma reunião clandestina em niterói: era o princípio do que viria a ser o partido comunista brasileiro, ao qual, vinte anos depois, olga se juntaria. combativa e corajosa, a jovem abraçou o ativismo político. negando-se a entregar o namorado, acusado de traidor da pátria, ela foi presa em berlim aos dezoito anos. aos 22, destacava-se no manejo de armas, pilotagem de aviões e falsificação de documentos e, aos 26, foi condecorada com a medalha de membro do presidium da juventude comunista internacional. sua trajetória ascendente chamou a atenção de moscou e lhe rendeu uma convocação que marcaria seu destino de forma trágica. escolhida para escoltar luís carlos prestes, com quem se relacionaria e teria uma filha, em sua missão de retorno ao brasil para a instauração da revolta comunista no país, olga seria entregue à polícia secreta alemã pelo governo vargas e assassinada nos campos de extermínio nazistas. publicada pela primeira vez em 1985 e traduzida em catorze países, a história heroica de olga ganha agora sua 40a edição brasileira no centenário do pcb. a aclamada biografia, fruto de extensa pesquisa, é acrescida de posfácio inédito que rememora a formação do partido, cuja atividade tangencia a vida breve e valente desta mulher.

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Os últimos soldados da guerra fria

No início da década de 1990, cuba criou a rede vespa, um grupo de doze homens e duas mulheres que se infiltrou nos estados unidos e cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na flórida. o motivo dessa operação temerária era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano. de fato, algumas dessas organizações ditas "humanitárias" se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões da torre de controle do aeroporto de havana e, quando cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da união soviética, sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas de metralhadoras contra navios de passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias. em cinco anos, foram 127 ataques terroristas, sem contar as invasões constantes do espaço aéreo cubano para lançar panfletos que, entre outras coisas, proclamavam: "a colheita de cana-de-açúcar está para começar. a safra deste ano deve ser destruída. [...] povo cubano: exortamos cada um de vocês a destruir as moendas das usinas de açúcar". em trinta ocasiões, havana formalizou protestos contra washington pela invasão de seu espaço aéreo por aviões vindos dos estados unidos - sem nenhum efeito. enquanto isso, em entrevistas, líderes anticastristas na flórida diziam explicitamente: "a opinião pública internacional precisa saber que é mais seguro fazer turismo na bósnia-herzegovina do que em cuba". os últimos soldados da guerra fria narra a incrível aventura dos espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista com sede na flórida e ramificações na américa central, e que conta com o apoio tácito nos estados unidos de membros do poder legislativo e com certa complacência do executivo e do judiciário. ao escrever uma história cheia de peripécias dignas dos melhores romances de espionagem, fernando morais mostra mais uma vez como se faz jornalismo de primeira qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade narrativa e sofisticados recursos literários.

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Cem quilos de ouro

Cem quilos de ouro reúne doze matérias jornalísticas assinadas por fernando morais ao longo de uma carreira de quase quarenta anos. escritas para os maiores veículos de comunicação do país, elas são uma amostra do trabalho de um autor que, como escreve ricardo setti na orelha do livro, tem "sangue, nervos, vísceras e alma de repórter". reunidas e comentadas pelo próprio autor em breves making of escritos especialmente para o livro, as reportagens constituem uma verdadeira aula de jornalismo. o texto que dá nome ao livro trata do seqüestro do empresário guilherme affonso ferreira, o willy, ocorrido na bahia em 1988 (época em que esse tipo de crime ainda era raro no brasil). willy ficou cinco dias em poder dos seqüestradores, que exigiram cem quilos de ouro para libertar o refém. a reportagem "o sonho da transamazônica acabou" foi escrita quatro anos depois de morais ter ganho o prêmio esso por uma reportagem pioneira sobre a rodovia, feita em 1970. em 1974, o repórter percorreu 5296 quilômetros da estrada, desde joão pessoa, na paraíba, até cruzeiro do sul, na fronteira do acre com o peru. o livro conta ainda com matérias sobre a guerrilha nicaragüense frente sandinista de libertação nacional, publicada em 1978; uma longa entrevista com frei betto, de 1992; uma reportagem sobre o dia-a-dia do então presidente fernando collor de mello em 1992 e um perfil do ex-presidente em 1995; uma entrevista sobre assis chateaubriand com rubem braga, otto lara resende e moacir werneck de castro, publicada em 1999; e, entre outras matérias, reportagens que o autor fez em cuba, na década de 70, primeiros esboços do trabalho que culminaria no livro a ilha.

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