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A philosophia da natureza dos naturalistas é bom?

A philosophia da natureza dos naturalistas

Um livro sobre as modernas theorias transformistas, publicado em paris e em francez, e firmado por um nome portuguez, é facto tão extraordinario, que por si só bastaria para attrahir as attenções. mas no livro do snr. vianna de lima, não é só a extranheza do facto que deve chamar a nossa attenção: é ainda o seu valor intrinseco. esta exposição summaria das theorias transformistas é, como o titulo indica, uma especie de summa das doutrinas professadas sobre a philosophia da natureza por uma escola consideravel, cuja cabeça, e. haeckel, é um dos nomes mais illustres, e justamente illustres, da allemanha intellectual, na segunda metade do nosso seculo: e a obra do adepto não é indigna, nem pela intelligencia nem pelo saber, da escola nem do mestre. não sou naturalista e, tendo a consciencia da minha incompetencia, não me atreveria a escrever sobre a obra do sr. vianna de lima, se o seu livro fosse propriamente um livro de sciencias naturaes, e se os quatro estudos, de que se compõe, se conservassem escrupulosamente nos limites rigorosos do campo scientifico. o livro, porem, do snr. vianna de lima, apezar da modestia do titulo, aspira de facto a ser um livro de philosophia da natureza, e, n'esse terreno, creio poder, sem temeridade, emittir algumas opiniões fundamentadas. prestarei, assim uma homenagem ao moço portuguez (portuguez pelo nome e pelo sangue: ouço que é brazileiro) que tão galhardamente nos representa no grande mundo da intelligencia, aproveitando ao mesmo tempo o ensejo para dizer alguma cousa sobre uma escola philosophica, cujos chefes respeito e cuja importancia não desconheço; mas cujas tendencias estão muito longe, em meu entender, de serem satisfactorias. alexandre de humboldt, o naturalista encyclopedico e quasi legendario do primeiro quartel d'este seculo, costumava dizer causticamente, referindo-se á philosophia da natureza puramente especulativa, que então deslumbrava com os clarões do genio de schelling e hegel, não só a allemanha pensadora, mas ainda a allemanha scientifica, que achava singularissimos aquelles naturalistas que pretendiam fazer chimica sem molhar a ponta dos dedos. tinha razão. hoje, nós outros metaphysicos, podemos com igual razão dizer que são singulares estes philosophos, que, com os dedos mais que ensopados em chimica, pretendem fazer philosophia sem nunca se terem dado ao trabalho de reflectir.

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