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Livros de Antero ]de Quental : 6 Melhores de Abril De 2024
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Livros de Antero ]de Quental : 6 Melhores de Abril De 2024

Antero Tarquínio de Quental foi um escritor e poeta português do século XIX que teve um papel importante no movimento da Geração de 70. Durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Deu início aos seus estudos na cidade natal, mudando-se para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

A philosophia da natureza dos naturalistas

Um livro sobre as modernas theorias transformistas, publicado em paris e em francez, e firmado por um nome portuguez, é facto tão extraordinario, que por si só bastaria para attrahir as attenções. mas no livro do snr. vianna de lima, não é só a extranheza do facto que deve chamar a nossa attenção: é ainda o seu valor intrinseco. esta exposição summaria das theorias transformistas é, como o titulo indica, uma especie de summa das doutrinas professadas sobre a philosophia da natureza por uma escola consideravel, cuja cabeça, e. haeckel, é um dos nomes mais illustres, e justamente illustres, da allemanha intellectual, na segunda metade do nosso seculo: e a obra do adepto não é indigna, nem pela intelligencia nem pelo saber, da escola nem do mestre. não sou naturalista e, tendo a consciencia da minha incompetencia, não me atreveria a escrever sobre a obra do sr. vianna de lima, se o seu livro fosse propriamente um livro de sciencias naturaes, e se os quatro estudos, de que se compõe, se conservassem escrupulosamente nos limites rigorosos do campo scientifico. o livro, porem, do snr. vianna de lima, apezar da modestia do titulo, aspira de facto a ser um livro de philosophia da natureza, e, n'esse terreno, creio poder, sem temeridade, emittir algumas opiniões fundamentadas. prestarei, assim uma homenagem ao moço portuguez (portuguez pelo nome e pelo sangue: ouço que é brazileiro) que tão galhardamente nos representa no grande mundo da intelligencia, aproveitando ao mesmo tempo o ensejo para dizer alguma cousa sobre uma escola philosophica, cujos chefes respeito e cuja importancia não desconheço; mas cujas tendencias estão muito longe, em meu entender, de serem satisfactorias. alexandre de humboldt, o naturalista encyclopedico e quasi legendario do primeiro quartel d'este seculo, costumava dizer causticamente, referindo-se á philosophia da natureza puramente especulativa, que então deslumbrava com os clarões do genio de schelling e hegel, não só a allemanha pensadora, mas ainda a allemanha scientifica, que achava singularissimos aquelles naturalistas que pretendiam fazer chimica sem molhar a ponta dos dedos. tinha razão. hoje, nós outros metaphysicos, podemos com igual razão dizer que são singulares estes philosophos, que, com os dedos mais que ensopados em chimica, pretendem fazer philosophia sem nunca se terem dado ao trabalho de reflectir.

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Portugal perante a revolucao de Hespanha

Ha dois mezes que admiramos a revolução de hespanha: será tempo talvez de tratarmos de a entender. o enthusiasmo é bom, porque eleva o espirito; mas a critica é melhor ainda, porque o esclarece. as revoluções, sem por isso desdenharem a commoção e o applauso, não pedem ao mundo senão uma coisa: serem comprehendidas. dramaticas, épicas, phantasticas, as revoluções não são todavia nem dramas, nem epopeias, nem contos de hoffman: sob as apparencias ardentes e brilhantes da paixão e da poesia são simplesmente, friamente problemas. o olhar impassivel d'essas esphinges não diz aos povos-edipos, que as encontram no seu caminho secular, ama-me ou odeia-me: dizem apenas explica-me. sómente o abysmo que se abre ao lado, lá está commentando, com a sua bocca tenebrosa, aquella serena palavra... reduzido aos seus termos mais simples, o problema que a nação hespanhola acaba de escrever nas paginas da historia do seculo xix, póde formular-se d'este modo: «menos um throno em hespanha; mais uma mulher em frança; mais um povo livre no mundo.» a incognita do problema vem envolvida n'esta ultima proposição: mais um povo livre. traduzindo-a para a sua verdadeira fórma, que é a interrogativa, fica-nos isto: o que vae a hespanha fazer da sua liberdade?... o destino de 18 milhões d'homens depende da palavra que se escrever adiante d'aquella interrogação. e depende irremediavelmente, fatalmente. irremediavelmente, porque n'este caminho d'uma nação que abandona uma fórma social condemnada, como a familia de loth a condemnada sodoma, não ha retroceder, não ha mesmo volver atraz um olhar saudoso ou simplesmente curioso: fatalmente, porque todos os interesses, todas as questões, todas as paixões, crescidas, accumuladas, em fermentação no seio da sociedade hespanhola desde 1812, acabam de ser por ella jogadas, n'uma hora só e sobre uma só carta, no jogo sangrento das revoluções...

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